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O ser humano é capaz de suportar acelerações maiores do que a aceleração gravitacional terrestre!?

Sim! Mas vamos iniciar nossa resposta com outra pergunta: O que é a "Força" G?

A "força" G não é uma força. Isso mesmo! Do ponto de vista da definição newtoniana de força, ou seja, da ideia de que força é a ação de um corpo sobre outro, o que se chama de "força" G nada mais é do que um efeito da inércia. Inércia é a tendência que um corpo tem de permanecer parado ou em movimento retilíneo e uniforme, a menos que forças promovam a aceleração do mesmo, ou seja, modifiquem o seu movimento. Por exemplo: Na Fórmula 1, quando o piloto acelera para frente, seu corpo tende a permanecer no movimento mais lento em que estava. Mas, como o carro ganha velocidade, o piloto tende a ficar para trás em relação ao veículo. Por isso tem a sensação de ter sido empurrado para trás quando, na verdade, não foi! Note que ninguém fez força para trás no piloto. Mas ele sente como se tivesse sofrido tal força. Esta sensação de força é a "força" G, uma força fictícia, ou apenas um efeito do referencial. Dentro do carro o piloto é capaz de jurar que esta "força" G existe. Quem está fora vê que se trata de um efeito da inércia.

Por que "G" 

O "G" vem de gravidade. É que essa força fictícia é comparada com a força da gravidade (ou força peso). Em outras palavras, além da força peso (atração da Terra sobre o seu corpo) que é uma força real e sempre vertical, pode acontecer à impressão de existir forças gravitacionais extras, como se também houvesse uma gravidade horizontal ou outra gravidade vertical além da gravidade terrestre. Aliás, Albert Einstein (1879-1955) publicou em 1907 o importantíssimo Princípio da Equivalência, que diz que "a gravidade e a aceleração são equivalentes" o que, em outras palavras, significa que produzem efeitos análogos e, sob certas condições, indistinguíveis.Agora mesmo, simplesmente lendo este artigo, você está experimentando uma aceleração de 1 gravidade ou G. Mas basta que se mova ligeiramente para mudar essa magnitude. Por exemplo: Ao tossir, experimentamos uma força de 3,5G. Ainda que só durante uma fração de segundo. Se você pesar, por exemplo, 80 kg, então uma tosse normal se traduziria em uma força G muito breve de 280 kg. Ao fazer uma curva em alta velocidade, um piloto de Fórmula 1 enfrenta uma aceleração de até 5 g. Na prática, isso significa que uma força cinco vezes maior do que o peso do piloto agirá contra ele.
Quantas mais G o corpo experimenta, maiores são as possibilidades de sofrer uma lesão. Mas o perigo está em suportar esse puxão durante muito tempo: a maioria de nós nunca foi submetido a mais de 6G durante um segundo. Os grandes pilotos de aviões de caça suportam forças de até 9G antes de experimentar o que se chama g-LOC, que é a perda de consciência induzida pela gravidade. Um piloto de 88 kg submetido a essa força tem a sensação de que pesa 796 kg.Quem anda de montanha-russa também sofre as ações da força G. Em Dodonpa localizada em Fujiyoshida no Japão é possível despencar 52 metros de altura em um lançamento que alcança 172 km/h em menos de 2s. Uma força de aproximadamente 2,7 G!

A grande dificuldade em acelerar demais um veículo é o fato de que o passageiro pode perder a consciência ou sofrer danos permanentes causados pela força G.Os efeitos da força G no corpo humano variam de acordo com a grandeza, tempo, direção e local onde essa aceleração está agindo. Além disso, a postura do corpo humano durante a ação da força também é muito importante. Um tapa desferido contra o rosto de alguém pode provocar centenas de G em um determinado ponto, mas não produzirá nenhum dano grave. Entretanto, estar exposto a 16 g durante um minuto pode ser fatal.

Curiosidades:
O airbag de um carro infla ao detectar 3G.
Robert Kubica, em seu brutal acidente no GP do Canadá de F1 em 2007, sofreu um pico de 75G durante um milissegundo.

Referência:http://www.mdig.com.br/?itemid=14515
http://www.tecmundo.com.br/ciencia/16109-qual-e-a-sensacao-de-andar-em-velocidades-absurdas-.htm
http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/arch2008-06-22_2008-06-28.html


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