Definitivamente ter educação não é ler, escrever, fazer contas e muito menos dar respostas supostamente certas sem questionar o interesse real das perguntas.
Educação não é receber receitas prontas e executá-las com seu tempero. Independente do quão bem isso possa ser feito. Muito menos conhecer a história, distorcida de seus fatos na esmagadora maioria dos casos.
Pedro Álvares Cabral não descobriu o Brasil. Osama Bin Laden não foi o grande arquiteto do 11 de setembro.
O objetivo da educação é mudar pensamentos, sentimentos e ações. Se eliminamos os valores mais profundos do ser humano inserindo apenas culturas e procedimentos limitadores que desestimulam a pesquisa e o questionamento, vamos continuar investindo na ampliação de leitos hospitalares ao invés de aplicar recursos em um processo criativo e inteligente de evitar que as pessoas adoeçam.
Educar é tirar do escuro para o claro. E não do escuro para a meia luz.
É muito importante cultivar algumas tradições coletivas. Isso faz parte do processo natural de evolução da nossa espécie. Mas pensar como manada, virar cardume, é o mesmo que enfiar o cérebro humano numa lata de sardinha e jogar fora o abridor.
É missão do “professor de espanto”- como diz o mestre Rubem Alves, e como sugere o poeta Manoel de Barros – fazer com que possamos perceber a grandeza das coisas e a força infinita do que parece insignificante.
É preciso observar sem interferir e ao mesmo tempo fazer objeções. Nenhum organismo, nenhuma máquina sobre a superfície desse planeta tem o potencial do cérebro e do coração de cada criança, cada homem, cada mulher. Como diz Maiakoviski, “gente é para brilhar”.
Sendo assim, é preciso urgentemente que as artes em geral sejam incentivadas com a força de um sol. Talvez um segundo sol. Nibiru e Nando Reis que o digam.
Poesia, música, artes plásticas, teatro, literatura, fotografia, cinema. Todas as artes que libertam a grandiosidade do ser precisam estar no currículo escolar com a mesma importância da matemática e das línguas, do feijão e do arroz.
Nossa crise humana não advém do talento individual e sim do uso inadequado de nossas potencialidades. Artes nas escolas já!
É hora de começar a fazer diferentes escolhas. Qual vai ser a sua? Viva o lado direito do cérebro. Viva a dissidência de todas as artes. Principalmente a do ser.
Marcos Ferraz Li no IdeaFixa
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