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Alan Turing: O 1º cientista de computação e computadores Quânticos

Alan Turing foi pioneiro no desenvolvimento da inteligência artificial e da computação moderna. É muito graças ao trabalho do matemático inglês que os computadores são capazes de decifrar sistemas encriptografados e encontrar soluções para problemas humanos. Turing foi processado judicialmente em 1952 por atos homossexuais: a Emenda Labouchere de 1885 determinara que "indecência grosseira" era uma ofensa criminal no Reino Unido. Ele aceitou o tratamento de castração química, com dietilestilbestrol, como alternativa à prisão. Turing morreu em 1954, 16 dias antes de seu 42º aniversário, por envenenamento por cianeto. Um inquérito determinou sua morte como suicídio, mas se observou que a evidência conhecida também é consistente com envenenamento acidental. Em 2009, após uma campanha na Internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido de desculpas público e oficial a Turing em nome do governo britânico pela "maneira terrível como foi tratado". A rainha Elizabeth II concedeu a Turing um perdão póstumo em 2013.

Os computadores podem pensar?

O matemático fez dessa pergunta uma hipótese interessante para ser investigada no início da década de 1950, sendo um dos primeiros cientistas do mundo a questionar tal possibilidade. De acordo com a enciclopédia Britannica (serviço de dados voltado para a educação do Reino Unido), todos os computadores modernos são, em essência, o produto do avanço tecnológico promovido por Turing.


O primeiro trabalho substancial no campo da inteligência artificial ocorreu em meados do século 20, por meio de uma decodificação que levaria o nome de "Máquina de Turing".
Em 1935, informa a Britannica, o pesquisador desenvolveu esse modelo de computação que consistia em uma memória e um scanner que tinham a tarefa de identificar e ler uma série de símbolos espalhados em uma fita que se movia para frente e para trás. Assim, a máquina operava e estudava essa série de símbolos a fim de interpretá-los e modificar seu próprio algoritmo de acordo com as instruções dispostas em sua memória.
Para Turing, a inteligência computacional do futuro deveria ser uma máquina capaz de aprender com a experiência. O caminho para conseguir isso era permitir que uma máquina inteligente alterasse as próprias instruções fornecidas por seu mecanismo, defendia o matemático.
Esse princípio tornou-se um fundamento da teoria moderna da computação. Se hoje os computadores são algo comum na realidade humana, muito disso se deve às contribuições de pesquisadores como Turing, complementa a fonte britânica.

O código de Alan Turing que ajudou a parar a Segunda Guerra Mundial

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Alemanha Nazista usava criptografia para se comunicar através de mensagens, impedindo, assim, que seus inimigos decifrassem a localização das tropas alemãs, as estratégias de guerra e o avanço territorial do país, como explica um artigo da National Geographic Espanha.

Esse computador, chamado de "Enigma", foi desenvolvido por Arthur Scherbius, um engenheiro alemão, e se baseava no envio de mensagens criptografadas que alteravam a forma, mas não o conteúdo, a cada 24 horas. O objetivo era evitar que as criptografias fossem decifradas em caso de interceptação das mensagens pelos inimigos.

No final de 1939, Turing estava trabalhando na sede de comunicações do governo do Reino Unido (a nação fez parte do grupo conhecido como Aliados, que enfrentou a Alemanha Nazista). Juntamente com seu amigo e matemático Gordon Welchman, ele desenvolveu a contraofensiva tecnológica que permitiu aos Aliados decifrarem o código com o qual os alemães planejavam suas estratégias. Esse precursor dos computadores digitais programáveis foi batizado de “Bombe”, nome derivado de uma palavra polonesa que designa um sabor de sorvete. De acordo com a National Geographic Espanha, em 1942, mais de 40 mil mensagens criptografadas dos nazistas foram interceptadas, das quais duas eram decifradas a cada minuto.
Turing ajudou a encurtar a guerra na Europa em um período entre dois a quatro anos, salvando assim quatorze milhões de vidas, reconheceu Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial, e segundo explica um artigo da National Geographic Espanha.



 

Hipótese de simulação

Alguns cientistas e filósofos, como Nick Bostrom, propõem que se uma civilização avançada tivesse poder computacional suficiente, poderia criar simulações tão realistas que os seres dentro delas teriam consciência – e nós poderíamos estar em uma delas. A hipótese da simulação propõe que o que se experimenta como o mundo real é na verdade uma realidade simulada, como uma simulação de computador na qual os humanos são construções.

Em 2003, o filósofo Nick Bostrom propôs o argumento da simulação , que sugeria que se uma civilização se tornasse capaz de criar simulações conscientes , ela poderia gerar tantos seres simulados que uma entidade consciente escolhida aleatoriamente quase certamente estaria em uma simulação. Este argumento apresenta um trilema : ou tais simulações não são criadas por causa de limitações tecnológicas ou autodestruição; ou civilizações avançadas optam por não criá-las; ou se civilizações avançadas as criam, o número de simulações excederia em muito a realidade base e, portanto, quase certamente estaríamos vivendo em uma. Isso pressupõe que a consciência não está unicamente vinculada aos cérebros biológicos, mas pode surgir de qualquer sistema que implemente as estruturas e processos computacionais corretos.

A hipótese é precedida por muitas versões anteriores, e variações da ideia também foram apresentadas na ficção científica , aparecendo como um dispositivo central de enredo em muitas histórias e filmes, como Simulacron-3 (1964) e Matrix (1999).




 
Responda em seu caderno (copiar a pergunta):

1) Qual foi a principal descoberta de Alan Turing que mudou os rumos da segunda guerra mundial?

2) Quais motivos levaram o matemático ao suicídio?

3) O que diz a lei conhecida popularmente na Inglaterra como Lei de Alan Turing?
 
4) Como um computador quântico poderia ser usado para criar uma nova versão do "Bombe" (a máquina de Turing para decifrar códigos)? Quais vantagens ele teria sobre os computadores clássicos?
 
5) Quais são os riscos éticos de usar máquinas quânticas ultra-rápidas para quebrar sistemas de criptografia modernos, como os que protegem bancos e governos?
 
6) Se os computadores quânticos já existem, por que ainda não substituíram os computadores tradicionais no nosso dia a dia? Quais são os principais desafios para que isso aconteça?
 
7) Se nós, humanos, pudéssemos ser uma simulação criada por uma civilização mais avançada (como no "argumento da simulação" de Nick Bostrom), como poderíamos descobrir isso?

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